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Aos 23 anos, Leonardo Rodrigues já ostenta o título de melhor joalheiro do mundo. A conquista veio após sua vitória no mundial de educação profissional WorldSkills Competition 2015, em São Paulo. Realizada a cada dois anos, a competição reúne profissionais de 60 países para premiar os melhores em diferentes categorias. Atualmente, Leonardo é dono da própria marca de joias e estrela vídeos no LeoTuber, programa no canal da Firjan SENAI no YouTube, onde dá orientações sobre o universo da educação profissional.

Para chegar até a medalha de ouro no mundial, ele venceu as etapas escolar, estadual e nacional da Olimpíada do Conhecimento, a maior do tipo nas Américas, realizada pelo SENAI Nacional desde 2001. É na fase final que os vencedores são selecionados para competir internacionalmente na WorldSkills Américas e a WorldSkills Internacional, vencida por Leonardo. Segundo o joalheiro, a vitória é seu cartão de visitas.

— Posso dizer “o melhor joalheiro do mundo”, se me perguntam quem eu sou. É uma grande vitrine. Com isso, posso vender a minha marca e dar consultoria na área. O título inclusive me ajudou até durante a crise. Quem não queria deixar de comprar joias, encontrou no meu trabalho bom acabamento e preço competitivo — conta Leonardo, que se tornou técnico pela Firjan SENAI e já trabalhou em marcas como a H.Stern.

Para conseguir uma vaga na WorldSkills Competition 2019, em Kazan, na Rússia, os estudantes brasileiros já estão participando da Olimpíada do Conhecimento 2018, que vai de junho a agosto. Desta vez, o estado do Rio recebe em Resende, na região sul, uma das fases da etapa nacional deste ano, que acontece entre os dias 29 de julho e 03 de agosto. Representando o estado nas provas de Polimecânica e Automação, o estudante Luiz Felipe de Carvalho Mota, de 17 anos, vai competir e já mira o torneio global.

— Já ganhei a etapa estadual. Agora é a vez da nacional. Ir para a Rússia, entre os melhores do mundo, pode abrir muitas portas na carreira. Meu próprio treinador e outros profissionais que conheci na Firjan SENAI, em Resende, são ex-alunos olímpicos — pontua Luiz Felipe.

No pódio com os melhores

Em junho, outra fase da etapa nacional da olimpíada ocorreu em Manaus, onde Pâmela Magalhães, de 20 anos, conquistou a medalha de prata. Estudante na Firjan SENAI Jacarepaguá, ela foi a única mulher a competir na modalidade Gestão de Sistemas de Redes TI. Agora, ela prevê grandes oportunidades na profissão.

— Além de ser a única mulher na competição, consegui subir ao pódio praticamente empatada com o primeiro lugar. Mesmo que eu não vá para a Rússia, já posso dizer que sou a segunda melhor do Brasil na minha área. Isso é ótimo para o currículo — observa Pâmela.

A trajetória do confeiteiro João Marcos Andrade, de 22 anos, indica que as expectativas de Pâmela para a carreira devem ser mesmo altas. Após participar da etapa nacional da Olimpíada do Conhecimento em 2014, o ex-aluno da Firjan SENAI, e pessoa com Síndrome de Down, teve pelo menos três experiências de trabalho e foi contratado por uma das principais confeitarias de Niterói, cidade onde mora. Para a mãe do jovem, Nelcy Andrade, o campeonato foi um divisor de águas na vida de João.

— Para a Olimpíada do Conhecimento, o João treinou durante dois anos com um treinador só para ele. A experiência toda fez as pessoas admirarem não só a superação dele, mas o currículo em si. Ele sempre é elogiado pela proatividade e pela independência. No período das olimpíadas, ele desenvolveu muitas habilidades, como decorar receitas e trabalhar em equipe — explica Nelcy.

Assim como João Marcos, o instrutor técnico Pablo Santos de Almeida, de 27 anos, percebe como a Olimpíada do Conhecimento alavancou sua carreira. Campeão nacional em Mecânica Diesel Veicular, em 2010, ele nem mesmo precisou buscar por oportunidades no mercado de trabalho. Pouco após vencer o campeonato, Pablo foi convidado para trabalhar em São Paulo, no grupo MAN Latin America.

— A indústria olha com atenção para quem vem da Olimpíada do Conhecimento. Em dois anos de treinamento para a competição, aprendi algo que profissionais geralmente levam 10 ou 15 anos para aprender no mundo do trabalho. É uma oportunidade única — avalia Pablo.

Supervisor de Pablo na Man Latin America, o especialista em treinamento e desenvolvimento da rede Eduardo Pignata explica como, na busca por profissionais de alto nível, o mercado de trabalho tende a valorizar ex-alunos de instituições reconhecidas pela indústria.

— Precisamos de pessoal bem preparado, que conheça bem o trabalho. Como instrutor, o Pablo é extremamente capaz, sempre se destacou acima das expectativas. Então, pela qualidade dos profissionais que nos chegam, sempre damos atenção para currículos de alunos da Firjan SENAI. Temos uma parceria de longa data com a instituição — declara.

Garantindo a excelência

Para o gerente de educação profissional da Firjan SENAI, Edson Melo, que já foi participante da Olimpíada do Conhecimento e da WorldSkills global, o torneio é uma forma de avaliar e garantir a excelência no ensino, ao mesmo tempo em que revela novos talentos. Como consequência, essa educação de alto nível se torna valiosa para a indústria.

— Quase 100% dos medalhistas são empregados rapidamente no mercado de trabalho. Alguns empresários até ligam em busca de profissionais saídos do campeonato. A olimpíada é um dos berços de avaliação de nosso processo formativo. É um sistema de retroalimentação, algo que nos permite aperfeiçoar a capacitação profissional — conclui.

Leonardo RodriguesMedalha de ouro na WorldSkills, maior competição técnica do mundo

Pâmela MagalhãesPrata na seletiva para a WorldSkills, em 2018

Crédito fotos João Marcos: Renata Mello

Crédito foto Leonardo Rodrigues: Vinícius Magalhães

Crédito foto Pâmela Magalhães: divulgação